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segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Poder da mídia

Roupa de marca. Tênis na moda. Celular que ‘filma-fotografa-entra-na-internet-faz-pipoca-e-(pasmem!) faz-ligações. Ora, tudo isso é fundamental para a sobrevivência de nós, meros mortais, certo? Não. Em meados do século XX, todos viviam muito bem, obrigada, e sem nenhum desses aparelhinhos que hoje dominam todos: de crianças de nove anos de idade que no dia das crianças pedem um celular no lugar de brinquedos, até vovós, que não sobrevivem mais sem seus MP *preencha aqui com o último número que se encontra os evoluídos mp3’s*. E de quem é a culpa? Quem devemos culpar, quando já somos tão dependentes de algo que nem nos damos conta? A mídia, é claro. A culpa é total da mídia. O que seria de nós sem aquele super comercial falando: “Compre, compre, você ficará linda e magra se comprar esse lindo vestido” ou então: “Seus problemas acabaram! Chegou o *nomedoproduto* super ultra blaster moderno, versão dois ponto zero!” ? Não sei dizer. A mídia tem um certo poder sobre nós desconhecido por grande parte da população. E isso é fato, tanto em propagandas, tanto em reality shows. Em um reality, com algumas edições, é fácil fazer o mais bonzinho parecer o mais encapetado. Em um reality, é fácil fazer com que pensemos do modo como o responsável pelo programa quer. É fácil, muito fácil. E percebemos essa influência? Mas é lógico que não. Se nós tivéssemos a metade do conhecimento sobre o poder da mídia, não ficaríamos tão felizes ao comprar o último modelo do celular fazedor de pipocas.
(Pauta para o Blorkutando.)

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

23.10.2008.

Em cima da sua lição de matemática, escreveu a data. 23.10.2008. E então ela se deu conta que em um ano muita coisa aconteceu. E ela percebeu como havia passado rápido. Parecia que foi ontem o primeiro dia de aula e ela acidentalmente colocara ‘2007’ no lugar de ‘2008’ na data. Tanta havia acontecido, tanta coisa havia mudado... E ela sabia que seria sempre assim. Tudo se renovando. E ela feliz assim. Sabia que ano que vem provavelmente faria novos amigos, alguns se distanciariam. Sabia que faria coisas diferentes, coisas com a qual agora ela pode não querer fazer. Sabia que sua banda vício atual seria deixada de lado ano que vem (talvez não), sabia que choraria um milhão e meio de oceano a mais do que chorou esse ano, sabia que riria o dobro (talvez o triplo, quem sabe) do que riu esse ano. Ah, ela sabia também que trocaria de ‘amor-eterno’ pelo menos umas três vezes ao longo do ano. Ela sabia de tudo isso, mas sabia também que nós sempre esperamos que aconteça algo diferente. E chega o final do ano, todos pensamos: Putz, passou tão depressa...

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Obviamente.

Obviamente ele estava indo embora. Obviamente, tudo tinha mudado em pouco tempo. Era óbvio o amor dela por ele. Obviamente, só ele parecia não perceber. Era claro, que apesar da distância, ela nunca, nem por um segundo sequer o deixaria. Ele a acompanharia pra sempre, em pensamento. Ele tinha sido muito importante pra ela, e estava sendo muito doloroso ter que deixá-lo partir. Ela choraria por semanas, isso era óbvio. Mas e ele? Sentiria sua falta? Ele queria ficar quase tanto quanto ela queria que ele ficasse? Ele sorriria ao ouvir aquela música? Lembraria dela todos os dias quando deitasse a cabeça no travesseiro? Choraria ao ler a carta que ela tinha escondido na sua mala? Ia ligar pra ela pra dizer que sente a sua falta, e que ele espera voltar logo? Oh, ela obviamente não sabia.

Nothing goes to plan...

Ela acordou assustada, no meio da noite. Que sonho tinha sido aquele, meu Deus? Fazia muito tempo que ela não sonhava com ele, e de repente, depois de tanto tempo ele decidira invadir seus sonhos novamente. Virou para um lado, para o outro. Contou dez, vinte, cem milhões de carneirinhos, mas não conseguia pensar em mais nada. Só nele. Isso a assustou, na verdade. Fazia tempo que as coisas já tinham mudado, que os sentimentos não eram mais os mesmos. Porque então ele estava ali, na sua mente, e se recusava a ir embora? Ela relutou, mas em vão. Em um minuto ela relembrava tudo que já tinha acontecido. ‘Puts, a vida é engraçada’, ela pensou. Nada segue um plano. Nada é do nosso jeito. O mundo nunca pára de girar. As vezes até parece que tudo não passa de um jogo. Um jogo sem algumas casas, na verdade. E ela começou a pensar em muitas coisas, em um flash de segundo. Percebeu que ela tinha que seguir em frente, independente de qualquer coisa. Ela relutaria, fingiria que o desconhecia na próxima vez que ele invadisse seu sonho, se fosse possível. Era preciso. (In)felizmente, a vida nunca é a mesma, o mundo nunca pára. Cada dia, uma nova partida. inspirado em algo que eu li por aí :)

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

O tempo passa. Mesmo quando isso parece impossível. Mesmo quando cada tique do relógio faz sua cabeça doer como se fosse um fluxo de sangue passando por uma ferida.Ele passa desigual, em estranhos solavancos e levando a calmaria embora, mas ele passa. Mesmo pra mim. New moon.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Point of view

Por debaixo daquele caderno de geometria, a revista escondida. Ela hora escrevia, hora lia um pedaço daquela matéria. Mas foi quando de repente, leu e não conseguiu mais parar. Aquilo que estava ali escrito era muito parecido com o que ela estava sentindo, e ela não conseguia parar de ler, simplesmente. Ao terminar a leitura, enxugou os olhos com a manga da camisa, e deitou a cabeça no caderno. Pensou: “Não era pra isso estar acontecendo. Não agora. Não de novo.” Ela realmente não sabia o que fazer. Estava muito confusa, queria chorar, gritar com alguém, ou somente um conselho. Um conselho bastaria, mas falar com quem, se somente uma pessoa sabia de tudo isso, e essa pessoa não estava ali? Enxugou os olhos, e sua amiga perguntou se estava tudo bem. “Tudo ótimo.” Ela respondeu. Mas não, nada estava bem. Nada. Tirou do estojo seu fone de ouvido e ligou no celular. Só apertou o play, e deixou sua música preferida rolar. Coincidentemente, a música que a fazia lembrar-se dele. Cruzou os braços por cima do caderno e pousou sua cabeça em cima, amassando sua revista. Cantou baixinho, com os olhos brilhando: “Getting tired of asking, this is the final time, so can I make you happy?” Ao cantar, relembrou tudo que tinha acontecido. Lembrou de tudo que já tinha lhe dito. Perguntou-se se assim não seria melhor. Talvez melhor para os dois. “I never wanted everything to end this way, but you can take the bluest sky and turn it grey.” Ela cantou baixinho fechando os olhos. Não sabia o que pensar, o que dizer, a quem gritar. Não sabia nada, na realidade. Não conseguia mais segurar o choro. As lágrimas vinham antes que ela pudesse raciocinar. Ouviu uma última frase antes de levantar para limpar o rosto: "I don't know how the hell I fell in love with you"...